A seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) pediu que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) investigue se houve racismo na abordagem do advogado Alexandre Marcondes.
O caso revelado pelo Estadão aconteceu na manhã do último domingo, 2, no Alto da Lapa, bairro nobre na zona oeste da capital, e foi registrado por câmeras de segurança. O policial militar responsável pela abordagem desce da viatura aos berros, com a arma apontada para o advogado. Marcondes foi revistado e liberado em seguida.
A OAB diz que houve abuso de autoridade e "potencial conduta racista". "O vídeo mostra truculência frente a uma pessoa que caminhava igualmente às outras. A única diferença era a cor de sua pele, o que precisa ser considerado para se atentar à necessidade de se averiguar a atitude racista e injustificada que levou o policial militar a abordar o advogado Alexandre Marcondes com tamanha agressividade e presunção, quando não havia qualquer indício de crime", diz um trecho do ofício.
O documento é assinado pelo vice-presidente da OAB de São Paulo, Leonardo Sica, e pelo presidente da comissão de igualdade racial da seccional Irapuã Santana.
A entidade também acionou o comando da Polícia Militar de São Paulo e pediu uma apuração disciplinar sobre os protocolos usados pelo policial.
"A atitude do policial militar reforça a denúncia reiterada de que existe um tratamento discriminatório por parte das instituições de segurança pública quando se refere à população negra", escrevem os advogados.
Depois que o episódio veio a público, a ouvidoria da PM informou que o caso será apurado. A PM informou que analisa as imagens e busca informações sobre os dados repassados pelo advogado Alexandre Marcondes.