O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias, disse nesta quarta-feira, 24, que o Brasil deseja que cada país livremente decida participar da Aliança Global contra a Fome, programa liderado pelo País no grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) e que será lançado nesta manhã, no Rio de Janeiro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Estou otimista (com a alta adesão)", afirmou.
Para aderir ao programa, adiantou o ministro, é preciso seguir algumas regras, como a de que o país interessado apresente um plano de Estado - e não de governo - para acabar com a fome. "O plano tem que estabelecer quais as metas até 2030 para reduzir fome e pobreza e levar em conta políticas que já foram testadas e deram certo", disse.
Dias voltou a dizer que o Brasil voltará a sair do mapa da fome até 2026. "No caminho que estamos, é possível sair do mapa da fome até o fim do governo Lula", disse durante entrevista coletiva que ocorre após apresentação do relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). "Não se trata só de dinheiro, é preciso alcançar todas as pessoas", citando dificuldades de acesso, por exemplo, da população indígena, ribeirinhas, morador de comunidades ou até sem moradia.
De acordo com ele, o governo conseguiu incorporar 1,4 milhão de famílias que estavam fora de programas sociais, o que significaria um acréscimo de 4 milhões de pessoas. O ministro defendeu o modelo atual de pagamento do benefício no governo Lula, que leva em consideração o tamanho das famílias, criticando indiretamente o governo anterior, de Jair Bolsonaro, que pagava um valor fixo independente da quantidade de membros da família.
"Antes de implantarmos no atual governo o Brasil sem Fome, o principal programa é o Bolsa Família, mas tínhamos o Auxílio Brasil, que repassava valor fixo de R$ 600,00 por beneficiário", lembrou.
Dias enfatizou que, na média, o pagamento do Bolsa Família atualmente é de R$ 690,00 por beneficiário. "O que mudou? Trouxemos o conceito da renda básica da cidadania: quem tem renda de R$ 218 para baixo per capita passa a ter direito ao Bolsa Família, que é de cerca de US$ 40,00", comparou. De acordo com ele, são 21 milhões de famílias beneficiadas ou cerca de 55 milhões de pessoas. "Todas recebem uma renda per capita mínima de R$ 142,00."
Pelos cálculos do Ministério, dos 21 milhões beneficiários, 19,7 milhões recebem auxílio acima de R$ 118 per capita. "Isso que deu o resultado de redução de 85% de insegurança alimentar severa de 2022 para 2023", identificou, citando um dado calculado pelo seu ministério com base nos dados divulgados pela FAO mais cedo.