Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, o candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, o ex-ministro Tarcísio de Freitas, relacionou a melhora de seus números na mais recente pesquisa Datafolha ao "cansaço" que, na visão dele, a população paulista sente em relação aos governos do PSDB, partido que há 28 anos comanda o Estado, e a uma rejeição ao PT.
"Ninguém suporta mais o PSDB. O PSDB já deu e todo mundo sabe que o PT não dá", afirmou o candidato, durante visita à Santa Casa da Misericórdia de Mogi das Cruzes, nesta sexta-feira, 2. No levantamento divulgado na noite desta quinta-feira, Tarcísio alcançou 21% das intenções de voto, cinco pontos a mais que o levantamento anterior.
O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) se mantém na liderança na disputa pelo governo de São Paulo, mas a vantagem para os principais rivais diminuiu. O petista agora tem 35% das intenções de voto - antes tinha 38%. Candidato à reeleição, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) também subiu - tinha 11% e foi a 15%. Tarcísio também ganhou pontos no Ipec (ex-Ipobe) divulgado na terça-feira.
"Acho que a gente está caminhando na direção correta, em contato com o povo, mostrando o que a gente pensa, apresentando nosso projeto. E esse projeto está sendo muito bem recepcionado", disse Tarcísio.
Para ele, não há dúvidas de que haverá um segundo turno na eleição ao governo de São Paulo e também na disputa ao Planalto. "A gente não escolhe adversário, mas, pelo lastro, Haddad vai para o segundo turno. E tenho certeza que estamos caminhando a passos largos na direção dos segundo turno. Vamos fazer uma boa disputa e estou muito confiante no sucesso dessa eleição", declara Tarcísio. Ele também atribui a alta na pesquisa à exposição dos eleitores ao horário eleitoral gratuito, que iniciou há uma semana.
Propostas
Durante a visita, o candidato também falou de propostas que considera prioritárias em seu governo, se eleito. As principais medidas serão investimento na educação, redução de impostos e promoção de crédito para pequenos empresários. "A gente tem que aliviar a carga tributária que asfixia o setor produtivo e não deixa que o pequeno e o novo empreendedor prospere", afirmou.
Ele se diz preocupado com a avaliação de São Paulo no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). "O jovem está terminando o seu ensino médio e não tem ferramentas para atuar no mercado de trabalho. A gente tem que mudar essa lógica", disse.
Ele propõe apoio pedagógico aos municípios com infraestrutura, valorização dos profissionais da educação e profissionalizar o ensino médio. "A gente tem que aliar o ensino de tempo integral com profissionalizante, aumentar a oferta de vagas para o ensino profissional, com parte do tempo na prática em uma pequena e microempresa", disse.
Tarcísio voltou a falar em aumentar o prazo de pagamento do ICMS. Ele também quer impulsionar o Desenvolve SP, alongando prazos de financiamento e diminuindo taxas, aumentar o repasse financeiro do governo federal às Santas Casas e atualizar a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). "A tabela não remunera mais os procedimentos e a gente vai ter um problema de estrangulamento financeiro. Essa atualização é fundamental para que elas [Santas Casas] comecem a operar no azul", afirmou Tarcísio.