O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou nesta segunda, 16, que o país foi forçado a enriquecer urânio em níveis próximos ao de armas, após a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear internacional. Pezeshkian disse também que retomará contato com os EUA somente se Washington retomar o acordo.
Os comentários do mandatário ocorreram ao ser questionado se pretende encontrar o presidente americano Joe Biden ou o próximo líder eleito para a Casa branca em novembro, durante sua primeira entrevista coletiva depois de assumir o poder. As falas ressaltam a promessa de campanha de Pezeshkian, de atuar pela suspensão das sanções internacionais ao país.
Atualmente, o Irã enriquece urânio até 60% de pureza, 30% menos que o necessário para armamento. "Queremos resolver nossas necessidades técnicas e científicas, não estamos procurando armas nucleares", disse Pezeshkian. "Aderimos à estrutura escrita do acordo nuclear e buscamos mantê-las", acrescentou, afirmando que os EUA foram responsáveis por "rasgar" as determinações.
Pezeshkian pediu aos EUA que não ameacem o Irã com suas bases militares regionais ou imponham sanções ao país. O comentário ocorre em meio a novo pico nas tensões entre Irã e Israel, diante da guerra na Faixa de Gaza.
Na coletiva, o presidente iraniano disse ainda que o país não abrirá mão de seu arsenal de mísseis balísticos "a menos que todos sejam desarmados em nossa região". Pezeshkian fez questão de dizer que Israel deveria se desarmar, depois de criticar sua conduta na guerra em andamento contra o Hamas. "Não perderemos nosso poder de defesa", reiterou. "Não seremos ameaçados".