O Corinthians voltou a ser alvo de cobranças nesta sexta-feira pelo Argentinos Juniors sobre o atraso de pagamento de parcelas referentes à compra do meio-campista Fausto Vera. O presidente do clube argentino, Cristian Malaspina, fez duras críticas à agremiação brasileira pelo não cumprimento dos acordos firmados na transferência do jogador, ocorrida em 2022.
"É um desastre. Não pagaram nada. Todos sabem que não pagam", declarou o dirigente, em entrevista à ESPN. A equipe de Buenos Aires acusa o Corinthians de dever 4 milhões de dólares (atualmente cerca de R$ 19,4 milhões) pela transferência do atleta.
Em outubro, o Argentinos Juniors acionou o Corinthians na Fifa cobrando o pagamento pela compra de Vera. O jogador teve 70% dos seus direitos econômicos adquiridos junto ao clube, segundo aponta o balanço oficial de 2022. A aquisição do meio-campista custou R$ 35 milhões aos cofres do time paulista em valores parcelados.
Apesar de fechar o ano com superávit, o Corinthians admite que vem passando por problemas financeiros, como o atraso no pagamento de luvas e direitos de imagem de antigos antigos atletas. A atual diretoria, encabeçada pelo presidente Duílio Monteiro Alves, cita problemas de fluxo de caixa e afirmou nesta sexta-feira, em nota oficial, que está trabalhando para resolver essas e outras pendências financeiras.
"Caso isso não seja possível, deixará entrada imediata de recursos efetivos para a nova diretoria que assumirá em janeiro na ordem de R$ 100 milhões, que contemplam a negociação dos atletas Murilo e Felipe, além de acordos publicitários", disse o clube.
A nota cita ainda o fechamento de um acordo de patrocínio máster, realizado há cerca de 40 dias, no valor de R$ 75 milhões anuais. Segundo o Corinthians, a negociação deixaria uma parcela de R$ 25 milhões no caixa do clube em janeiro, mas o processo de assinatura foi suspenso por solicitação da futura gestão. A partir do próximo mês, o presidente eleito Augusto Melo, da oposição, assume o cargo.
O Corinthians menciona, ainda, a venda de Gabriel Moscardo ao Paris Saint-Germain como perspectiva de auxílio no saneamento das dívidas. "Dessa forma, com esse fluxo de caixa de contratos já fechados, a atual diretoria pretende quitar as pendências ainda este ano, ou inevitavelmente deixar recursos disponíveis no caixa para que a nova gestão possa fazê-lo tão logo assuma em 2024. Esses valores serão recebidos entre a data de hoje e/ou os próximos dias e o planejamento é que sejam usados para liquidação dessas obrigações", finalizou.