O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, falou publicamente pela primeira vez sobre as afirmações do CEO da SAF do Botafogo, John Textor, que disse ter provas de manipulação de resultados por parte da arbitragem no futebol brasileiro.
Em entrevista concedida antes dos sorteios das fases de grupos da Libertadores e Sul-Americana, no Paraguai, Rodrigues afirmou que deseja "clareza" no futebol.
"Esse assunto tem uma situação que está na esfera da Justiça e prefiro não me manifestar. A gente vai estar sempre comungando com quem quer clareza no futebol, é o que a gente quer também", disse.
Em entrevista ao jornal O Globo no início de março, Textor afirmou ter gravações de árbitros reclamando o não recebimento de propinas prometidas. Segundo o mandatário, houve manipulação de resultados e erros nas temporadas 2021, 2022 e 2023.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) chamou Textor para apresentar provas das acusações, mas o dirigente não compareceu ao encontro. Ele afirmou, à época das declarações, que mostraria os áudios e documentos diretamente ao Ministério Público em 30 dias.
Na entrevista no Paraguai, Ednaldo Rodrigues aproveitou para destacar ações da CBF que visam acabar com a manipulação e outros crimes no futebol.
"A CBF firmou contrato recentemente com a SIGA, para auxiliar não só o combate de manipulação, mas todo tipo de crime no futebol, como lavagem de dinheiro", disse. "Na véspera do jogo em Wembley, vamos assinar contrato com a ISS, também uma das maiores que combate manipulação de resultado no mundo. É o que a CBF tem feito para que o futebol seja bem transparente", afirmou.