Os ataques israelenses à missão de paz da ONU no Líbano provocaram indignação internacional e foram condenados por grandes potências europeias, como Itália, França e Alemanha, nesta segunda-feira, 14. Pelo menos cinco soldados da Unifil ficaram feridos na última semana no que Israel afirma ser um ataque contra áreas cedidas pela ONU a operações militares do Hezbollah.
"O Hezbollah usa as instalações e posições da UNIFIL como cobertura enquanto ataca cidades e comunidades israelenses", disse o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu nesta segunda-feira.
A União Europeia condenou os ataques às forças de paz e rejeitou as alegações de que a ONU estava mantendo soldados na região para obstruir as operações militares contra o Hezbollah.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, Sebastian Fischer, disse a repórteres nesta segunda-feira afirmou: "O bombardeio de forças de paz da ONU e a intrusão em suas bases não são de forma alguma aceitáveis". Segundo ele, todas as partes do conflito, inclusive Israel "são obrigadas a dirigir as suas operações de combate exclusivamente contra alvos militares da outra parte no conflito".
Da mesma forma, Itália, Reino Unido, França e Alemanha declararam, em uma carta conjunta, que Israel e outras partes tinham que garantir a segurança das forças de paz em todos os momentos, segundo a Reuters.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres declarou que "os ataques contra as forças de paz violam o direito internacional" e podem constituir "um crime de guerra".
Em paralelo, Netanyahu seguiu dizendo para as força de paz das ONU deixarem temporariamente o sul do Líbano. O premiê prometeu que seu exército continuará "atacando sem piedade o Hezbollah" em todas as partes do Líbano.
O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, cujo país tem capacetes azuis implantados no Líbano, assegurou nesta segunda-feira que "não haverá retirada da Unifil", uma afirmação mais tarde reiterada pela ONU.
"Foi tomada a decisão de que a Unifil permaneça atualmente em todas as suas posições apesar dos apelos das Forças de Defesa de Israel para que abandonem as posições próximas à Linha Azul", declarou Jean-Pierre Lacroix, chefe das forças de manutenção de paz da ONU, segundo quem a decisão foi "confirmada esta manhã por António Guterres.