Política

Polícia investiga denúncia de corrupção na subprefeitura da Lapa

Estadão Conteúdo
30/05/2022 às 18:38.
Atualizado em 30/05/2022 às 18:43

A Polícia de São Paulo está investigando um suposto esquema de corrupção na subprefeitura da Lapa. Na quinta-feira passada, 26, uma fiscal foi presa em flagrante sob suspeita de receber R$ 1 mil em notas de R$ 200 de um vendedor de cachorro quente. A operação policial foi executada por policiais do Garra Dope, Departamento de Operações Policiais Estratégicas da Polícia Civil, após denúncia feita pelo vereador paulistano Delegado Palumbo (MDB).

A investigação está a cargo da Divisão de Investigações Sobre Crimes Contra a Administração, Combate à Corrupção e Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania.

A Prefeitura de São Paulo informou que a funcionária foi exonerada, na quinta-feira, 26, da função de gerente de atendimento da Subprefeitura da Lapa. Segundo a Secretaria Municipal das Subprefeituras, a fiscal faz parte do quadro efetivo de servidores da Prefeitura e vai responder a processo administrativo. A gestão municipal registrou ainda que o caso é apurado em sindicância interna e que a Controladoria Geral do Município acompanha as investigações.

Segundo Palumbo, que levou o caso até o grupo Garra da Polícia Civil de São Paulo, o vendedor de cachorro quente o procurou narrando que estava sendo coagido a entregar valores para que houvesse a liberação de Termo de Permissão de Uso de sua barraca de cachorro quente.

O parlamentar diz que recebe centenas de denúncias, mas, em geral, as pessoas não 'têm coragem' de seguir com a notificação do caso às autoridades. "Eu digo 'se você está sendo extorquido e quer denunciar, quer ir até o final, conte comigo'. Foi o que aconteceu dessa vez. E agora estão aparecendo outras pessoas com coragem para denunciar. Nós vamos encaminhar, tanto à Polícia quanto ao Ministério Público. Começaram a aparecer outras denúncias de outros lugares, outras subprefeituras", afirmou ao Estadão.

De acordo com auto de prisão em flagrante da fiscal, as informações prestadas ao Garra foram no sentido de que foi solicitado ao comerciante, pela servidora pública, R$ 15 mil para viabilização da expedição de alvará de funcionamento para seu comércio. "A vítima então, instantes após a solicitação indevida, comunicou a equipe do vereador que prestou o devido auxílio informando o que deveria ser feito para que uma futura ação policial ocorre dentro dos parâmetros legais", registra o documento.

Duas equipes do Garra ficaram aguardando um novo contato da vítima, sobre nova solicitação de dinheiro, o que ocorreu. A ação foi filmada pelo comerciante, inclusive a solicitação da propina e a indicação sobre a forma que o dinheiro deveria ser entregue.

"Diante da situação flagrancial de crime contra a administração pública, os policiais do GARRA juntamente com o colega Delegado Palumbo, ingressaram na sala da indiciada e surpreenderam a mesma em posse do envelope com a quantia de dinheiro recém entregue pela vítima (mil reais em espécie de cédulas de R$200 e papel sulfite cortado em forma de notas para dar volume ao pacote). Vale salientar, que toda ação criminosa foi filmada pela vítima, inclusive a solicitação indevida e a forma que o dinheiro deveria ser entregue", registra o auto de prisão em flagrante da fiscal.

COM A PALAVRA, A FISCAL

A reportagem busca contato com a defesa da fiscal. O espaço está aberto para manifestações.

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