A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta, em seu relatório Perspectiva Econômica divulgado nesta quinta-feira, 2, que o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina sofrerá contração de 3,3% no ano atual, antes de crescer 2,7% em 2025. Já para o México, espera avanços de 2,2% e 2,0%, respectivamente.
A OCDE diz que a Argentina é afetada pela inflação elevada e também por um "considerável mas necessário ajuste fiscal", além da incerteza política, cenário que pesa no consumo privado e no investimento para a maioria do ano atual. Mas a entidade sediada em Paris acredita que a retirada gradual de restrições à importação e dos controles cambiais deve impulsionar uma recuperação da demanda doméstica, em particular em 2025.
A inflação "desacelera de modo visível, mesmo que apenas gradualmente até agora", diz ela, acreditando que o recuo mais adiante será mais forte. Também destaca que a consolidação fiscal anunciada "deve continuar a ser implementada". A OCDE avalia que o país deve restaurar a estabilidade macroeconômica e permitir a retirada de controles cambiais e de capital.
No caso do México, a OCDE diz que o consumo deve ser apoiado por um mercado de trabalho forte. O investimento será apoiado por projetos de infraestrutura públicos, em 2024 (ano eleitoral no país), e por um gradual movimento de "nearshoring" de atividades manufatureiras para o país, com empresas interessadas em ficar mais perto do mercado dos Estados Unidos. Ela acredita que as exportações mexicanas devem apoiar o crescimento de 2025, após terem perdido algum dinamismo no ano atual, em quadro de desaceleração nos EUA, enquanto a inflação continuará a desacelerar de modo gradual, a 3,1% em 2025.
O relatório aponta ainda que o Chile deve crescer 2,3% em 2024 e 2,5% em 2025, com recuperação nos salários reais ajudada pela inflação em queda e condições monetárias mais relaxadas, o que deve apoiar a recuperação no consumo no ano atual e no seguinte. A demanda global por minerais deve ainda sustentar o crescimento das exportações, enquanto a inflação caminhará para a meta de 3% em meados de 2025.
No caso da Colômbia, a OCDE espera crescimento "modesto" neste ano, de 1,2%, e de 3,3% em 2025, em quadro ainda de incertezas que afetam o investimento privado. A inflação colombiana também deve desacelerar de modo gradual, "mas seguirá elevada e apenas cairá à faixa que é a meta no segundo semestre de 2025", projeta.
Já para a economia do Peru, a entidade projeta avanço de 2,3% no PIB no ano atual e de 2,8% em 2025, diante de condições financeiras mais favoráveis e inflação contida que devem apoiar a demanda doméstica. A inflação também desacelerará, para convergir de modo gradual ao centro da faixa da meta, de 2%, até o fim do ano atual, acredita a OCDE.