O Morgan Stanley atualizou sua projeção para a inflação na zona do Euro em 2022 de 5,3% para 6,8% ao ano. Para 2023, a taxa projetada foi de 2,3% para 3,4% a.a. Os analistas afirmam que "mais da metade da revisão positiva do próximo ano se deve a efeitos de base relacionados a intervenção política este ano".
"Também revisamos modestamente o núcleo da inflação, de 2,9% para 3,1% a.a. neste ano e de 2,3% para 2,4% a.a. em 2023", complementam Jens Eisenschmidt, Markus Guetschow, Mario Pietrunti, Chiara Zangarelli.
A inflação na zona do Euro subiu para 7,5% em março, dentro das projeções do banco, mas acima do esperado pelo mercado. A alta foi puxada pela subida dos preços de energia.
Daqui para frente, os analistas esperam que a volatilidade da energia e o conflito na Ucrânia continuem sendo o foco principal no curto prazo. "Um possível corte das exportações russas de energia teria repercussões materiais tanto para o crescimento quanto para a inflação, e também está cada vez mais em foco", consideram.
Além disso, eles pontuam que os governos estão se preparando para intervir nos mercados de energia para proteger os consumidores do aumento dos preços, com cortes de impostos, subsídios e medidas de apoio à renda entrando em operação a partir de abril por cerca de 3 a 4 meses.
"Estimamos que isso reduzirá o IHPC principal em até 90bp durante o verão, fazendo com que março imprima o pico cíclico em nossas projeções atualizadas. No entanto, essas intervenções não apenas reduzirão o IHPC este ano, mas também aumentarão significativamente a inflação de 2023 por meio de efeitos de base", concluem.