O vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, defendeu em sua passagem pelo Brasil uma estratégia pragmática, sem viés ideológico, no enfrentamento das mudanças climáticas. "A luta contra as mudanças climáticas é uma prioridade, mas como sempre dizemos deve ter uma estratégia pragmática. Se esta luta se tornar ideológica, corremos o risco de travar uma batalha na teoria, sem obter resultados, penalizando antes a indústria, as empresas e a agricultura", declarou o vice do governo de Giorgia Meloni em discurso no fórum que reúne empresas italianas na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O chanceler salientou que a Itália quer enfrentar as mudanças do clima, mas também dar o tempo necessário para adaptação da indústria. Conforme Tajani, a agenda climática precisa caminhar junto com a política industrial, para que o setor produtivo não perca a competitividade.
Durante o evento na Fiesp, foram assinados memorandos de cooperação para o aprofundamento das relações entre Brasil e Itália.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, representou o governo brasileiro na abertura do fórum.
O vice-primeiro-ministro italiano citou a possibilidade de parcerias em energia nuclear, além de joint ventures entre empresas italianas e brasileiras, visando, inclusive, o mercado africano.
Também disse que a Itália está trabalhando para remover os "poucos obstáculos" que restam para chegar mais rápido a uma conclusão positiva do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
Ao destacar laços culturais com a região, em especial o Brasil, Tajani deixou ainda a mensagem de que a América Latina é uma região considerada como uma "prioridade política" pelo governo italiano. "São Paulo é a maior cidade italiana do mundo, existem milhões de brasileiros que têm origem italiana. Não podemos nos afastar do Brasil de forma alguma", declarou.