De folga no Paris Saint-Germain, Lionel Messi visitou a Arábia Saudita nesta semana para anunciar que será o novo embaixador do turismo no país do Oriente Médio. Por meio de uma publicação paga em suas redes sociais, o craque argentino exibiu uma foto com amigos em uma embarcação no Mar Vermelho.
Na mesma publicação, Messi convida seus seguidores a visitarem a Arábia Saudita. A participação do jogador nesta campanha gerou revolta de internautas que relembraram a controversa atuação saudita com relação aos direitos humanos. Até a página norueguesa da Anistia Internacional criticou a parceria.
"Viajar para a Arábia Saudita é uma coisa. Mas ganhar dinheiro para vangloriar esse país é outra. Eles executam 106 pessoas por ano. Corre risco de morte quem criticar as autoridades. Direitos das mulheres quase não existem. Gay? Pena de morte é seu destino. Você realmente apoia isso, Messi?", escreveu a página da Anistia Internacional.
Também chama a atenção o conflito diplomático existente entre o Catar, país cujo fundo soberano é proprietário do PSG, clube atual de Messi, e a Arábia Saudita. O Catar é acusado por países vizinhos de financiar grupos extremistas e causar instabilidade no Oriente Médio. Na segunda-feira, a Arábia Saudita - ao lado do Egito, dos Emirados Árabes Unidos e do Bahrein - anunciou o rompimento de relações diplomáticas com o Catar.
A publicação de Messi no Instagram recebeu mais de 6 milhões de curtidas. Os comentários, no entanto, são diversos, com mensagens neutras, favoráveis ao craque e críticas ao seu posicionamento.
A relação do mundo do esporte com a Arábia Saudita vem sofrendo diversas críticas. Um dos primeiros movimentos negativos foi a ida da Supercopa da Espanha para o país. Nas últimas semanas, denúncias sobre o acordo do presidente da Federação Espanhola, Luis Rubiales, com a empresa de Gerard Piqué para levar o torneio para o território saudita deu novos ingredientes à polêmica.
A Fórmula 1 também recebeu fortes críticas por levar uma de suas etapas para a cidade saudita de Jeddah. Nas edições de 2021 e 2022, o discurso foi o mesmo e acusação de "sportswashing", prática de usar o esporte para melhorar a imagem do país.
O heptacampeão Lewis Hamilton, que costuma demonstrar preocupação com causas humanitárias, foi questionado sobre o tema e disse estar desconfortável com a ida da maior categoria do automobilismo para a Arábia Saudita, mas entende a ação como um passo importante para jogar luz às questões locais. "O fato de estarmos na Arábia Saudita dá intensidade aos holofotes em torno de um assunto que talvez, sem nós, tivesse um lugar diferente nas notícias", afirmou.