O tenente-coronel Mauro Cid foi vestido com a farda do Exército para prestar depoimento nesta terça-feira, 11, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. O militar será questionado sobre a sua relações com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no período em que trabalhou para ele como ajudante de ordens da Presidência. Cid está preso há 68 dias no Batalhão da Polícia do Exército em Brasília e é investigado em ao menos três inquéritos, sendo que um deles apura a sua participação nos atos golpistas do início deste ano.
Os deputados e senadores da CPMI querem saber por que Cid decidiu viajar para uma cidade próxima à que Bolsonaro escolheu para passar a sua estadia nos Estados Unidos.
Cid também não escapará de ser questionado sobre o motivo de ter fraudado os cartões de vacinação da família Bolsonaro. Foi a adulteração dos dados do ex-presidente e de seus familiares no sistema de informações do Ministério da Saúde que levou Cid à prisão por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado identificou a fraude enquanto investigava suspeitas de participação do ex-ajudante de ordens em movimentos golpistas.
No âmbito dessa investigação, a Polícia Federal (PF) encontrou no celular de Mauro Cid o roteiro para um "golpe de Estado". O documento, distinto do que foi apreendido na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, dá um passo a passo em oito etapas para que as Forças Armadas assumam o comando do País diante da derrota do ex-presidente nas urnas.
Antes do início da sessão os parlamentares analisaram um bloco de 197 requerimentos, dos quais 96 foram aprovados. Os parlamentares firmaram acordo para aprovar todos os documentos que solicitam informações a órgãos públicos e excluíram os pedidos de novas convocações.
A lista de requerimentos aprovados inclui quebras de sigilo bancário, telefônico e fiscal dos investigados George Washington, coronel de Polícia Militar (PM) Jorge Eduardo Naime, coronel de Exército Jean Lawand e do tenente-coronel Mauro Cid. Os parlamentares também aprovaram a quebra de sigilo de empresas, como a Combat Armor de venda de armas e munições.