O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, culpou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, embora sem citá-lo nominalmente, pelos juros altos do Plano Safra. O programa terá financiamento de R$ 364,22 bilhões. Os juros para custeio e comercialização serão de 8% ao ano para produtores inscritos no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e de 12% ao ano para os demais.
Para investimentos, as taxas de juros variam entre 7% e 12,5% ao ano, de acordo com o governo.
"O Plano Safra terá R$ 364 bilhões de reais, a uma média, não sei o total, de 10% de juro ao ano. É caro, é muito caro. Esse juro poderia ser mais barato. Mas é que tem um cidadão no Banco Central, a gente não sabe quem colocou ele lá, que traz o juro [básico] em 13,75%", declarou Lula no programa "Conversa com o Presidente", transmissão ao vivo nas redes sociais promovida semanalmente pelo governo.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se somou às críticas do governo ao Banco Central pela manutenção da taxa básica de juros em 13,75%. Para o ministro, o número "não faz sentido" diante da redução da inflação, e, se ele voltar a exercer o cargo de senador, vai travar o debate sobre a política monetária no Congresso.
"A política econômica já dá sinais cada vez mais fortes de redução da inflação. Não há sentido ter hoje taxa de juros hoje de 13,75% ao ano", afirmou Favaro no lançamento do Plano Safra 2023/24.
O ministro da Agricultura comentou sobre alterações anunciadas para o Plano Safra 2023/24 no sentido de aumentar práticas de sustentabilidade no setor. Segundo ele, dos recursos anunciados para custeio, R$ 12 bilhões serão destinados a produtores com boas práticas agrícolas e ambientais.
Fávaro fez aceno positivo ao mercado financeiro, agradecendo às mais de 21 instituições que, segundo ele, colocam os recursos na ponta para os produtores, bem como à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que atuou nas discussões sobre o Plano Safra que entrará em vigor em 1º de julho.