O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou no início da tarde desta quarta-feira, 20, um café da manhã com veículos de imprensa marcado para esta quinta-feira, 21, no Palácio do Planalto. Segundo o governo, o motivo da suspensão do evento foi a agenda de final do presidente.
O Planalto informou que a reunião entre o chefe do Executivo e os jornalistas deve acontecer somente no ano que vem. Os veículos de imprensa foram convidados por assessores do petista no início dessa semana.
De acordo com o governo, as agendas que levaram ao cancelamento do café da manhã são reservadas. O único compromisso público do chefe do Executivo para os próximos dias é uma celebração com catadores de Brasília na sexta-feira, 22.
No último encontro, Lula disse que 'dificilmente' cumprirá meta fiscal e que sofria ao demitir mulheres do governo
O último café da manhã do presidente com jornalistas no Planalto foi realizado no dia 27 de outubro. Naquele dia, Lula afirmou que "dificilmente" cumpriria a meta fiscal de déficit zero em 2024. O presidente afirmou que muitas vezes o mercado é "ganancioso" e cobra algo irreal do governo.
"Dificilmente chegaremos à meta zero até porque não queremos fazer corte de investimentos e de obras", afirmou. Embora o presidente não tenha dito, 2024 é um ano eleitoral e petistas já afirmavam, nos bastidores, que será preciso contrariar Haddad porque, se a arrecadação for insuficiente, haverá tesourada em programas sociais.
O presidente também disse que não estaria fazendo negociação de cargos para agradar o Centrão. O petista procurou minimizar derrotas no Congresso em desaprovações de pautas do interesse do Executivo.
"Eu não fiz negociação com o Centrão. Eu não converso com o Centrão. Vocês nunca me viram fazendo reunião com o Centrão. Eu faço conversas com partidos políticos, que estão ali legalizados, que elegeram bancadas. Portanto, é com eles que eu tenho que conversar para estabelecer um acordo", declarou o presidente.
Lula foi questionado durante o encontro com jornalistas sobre a diminuição do número de mulheres no primeiro escalão do governo. Em resposta, o petista disse ter sofrido quando demitiu Ana Moser do Ministério do Esporte e Rita Serrano da presidência da Caixa e ter ficado "chateado" ao substituir Daniela Carneiro no Turismo.
"Fiz um acordo com o PP, com o Republicanos. Acho que é direito deles dirigir o governo, ter um espaço no governo. Eles, juntos, têm mais de 100 votos, e eu precisava desses votos para continuar governando", observou.