O grupo italiano Enel anunciou nesta segunda-feira, 18, um plano de investimentos de aproximadamente 43 bilhões de euros entre 2025 e 2027, montante cerca de 7 bilhões de euros superior que o indicado no plano estratégico anterior.
Do montante total, cerca de 26 bilhões de euros serão direcionados para "Redes", o que corresponde a investimentos nas concessionárias de distribuição, volume 40% maior que o indicado no plano anterior. Destes, 78% serão direcionados para Itália e Espanha e 22% para a América Latina. Não foi anunciado o valor específico para o Brasil.
Em comunicado, a empresa apenas destacou que os países europeus que receberão as maiores parcelas se caracterizam por terem "quadros regulatórios que podem dar suporte aos investimentos".
A analistas e investidores, o CEO da Enel, Flavio Cattaneo, destacou que nos próximos anos a companhia irá concentrar em suas atividades principais e em uma alocação de capital flexível, aumentando os investimentos principalmente em ativos regulados, "com retornos previsíveis".
Ao segmento de geração, a Enel deverá direcionar cerca de 12 bilhões de euros de maneira a adicionar cerca de 12 gigawatts (GW) de capacidade. A empresa afirma que os investimentos terão "um mix tecnológico melhorado que prevê mais de 70% de energia eólica onshore e tecnologias distribuíveis (hidrelétrica e baterias). Dessa forma, a empresa espera atingir uma capacidade total de cerca de 76 GW e aumentar em mais de 15% a produção em 2027.
Por fim, a companhia espera investir cerca de 2,7 bilhões de euros no segmento de "Clientes", dos quais aproximadamente 85% em países onde a Enel tem presença integrada.
O grupo informou que planeja alocar os investimentos proporcionalmente entre suas principais geografias, com base em suas contribuições para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), com cerca de 75% na Europa e cerca de 25% na América Latina e América do Norte.
Com a execução do plano de investimentos, a companhia espera alcançar um Ebitda entre 24,1 bilhões e 24,5 bilhões de euros e um lucro líquido entre 7,1 bilhões e 7,5 bilhões de euros em 2027.
Para a empresa, a implementação das ações estratégicas deve resultar em retornos visíveis e previsíveis, o que a levou a revisar a política de dividendos para cima, de forma a indicar um novo dividendo por ação (DPS, na sigla em inglês) anual fixo mínimo de 0,46 euros e um potencial de aumento adicional correspondente a um pagamento de até 70% sobre o lucro líquido do grupo.
"As ações gerenciais realizadas no ano passado nos permitiram atingir todas as metas que anunciamos aos mercados e fortalecer a solidez financeira do Grupo. Podemos, portanto, começar um novo capítulo de crescimento que criará mais valor para os acionistas e todos os nossos stakeholders", declarou o CEO da Enel, Flavio Cattaneo, em nota.