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Investigação de morte de influenciador na grande SP aponta reviravolta do caso

Estadão Conteúdo
11/01/2024 às 21:22.
Atualizado em 11/01/2024 às 21:30

O Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte do influenciador Carlos Henrique Medeiros, 26, que foi encontrado morto e enterrado no quintal de uma casa em Itapecerica da Serra, região metropolitana de São Paulo, no último dia 30, foi por overdose de cocaína. O jovem estava no local passando as festas de Natal quando teve um mal súbito na madrugada do dia 25 de dezembro.

Os resultados dos exames toxicológico e necroscópico foram divulgados nesta quinta-feira, 10, pelo delegado Luis Roberto Faria Hellmeister, titular da delegacia de Itapecerica da Serra. A morte por uso de drogas vai ao encontro da versão apresentada pelos casal Caroline dos Santos Melo, de 24 anos, e Renan José Pinheiro, de 28, que foram presos preventivamente suspeitos de homicídio.

Na versão de Caroline e Renan, proprietários da casa, o influenciador teria morrido na madrugada do dia 25 de dezembro após ingerir cocaína e se sentir mal enquanto mantinha relações sexuais com uma adolescente de 16 anos, irmã de Caroline.

Assustados com a morte de Carlos Henrique, eles afirmam que o trio enterrou a vítima a pedido de Renan e alegam também que estavam com receio de perder a guarda dos filhos caso o Conselho Tutelar descobrisse que havia drogas na casa.

"Entramos em pânico. Estava todo mundo desesperado tentando salvar ele. Ninguém pensou na hora (em chamar o socorro). E também tem meus filhos, tinha menor lá (na casa). Foi por medo de perder meus filhos para o Conselho Tutelar", disse Carolina dos Santos, em entrevista à imprensa. Ela é mãe de três filhos e está grávida de sete meses.

Segundo o delegado Hellmeister, foi constatada a quantidade de 31 miligramas por litro de sangue no corpo do influenciador. "Essa quantidade é uma pancada, me falou o médico legista. Não seria necessário nem fazer esforço. Ele poderia sentar no sofá e morrer", afirmou o delegado.

As informações preliminares apontavam que não havia marcas de violência no cadáver, apenas hematomas da queda de Carlos Henrique ao chão após passar mal. Segundo os suspeitos, a relação sexual acontecia no banheiro da casa.

"A gente já esperava que fosse dar esse resultado no laudo. A gente não matou ele, nem eu, nem meu marido, jamais", disse Carolina.

Com os laudos, Caroline dos Santos Melo e Renan José Pinheiro, serão liberados, mas vão responder pelo crime de ocultação de cadáver. A menor vai responder por ato infracional. "Eles poderiam, estar livres disso há muito tempo, mas não chamaram ninguém para socorrer", disse Hellmeister.

Depois de enterrarem o influenciador, Renan e Caroline abandonam a casa onde Carlos Henrique foi enterrado. O imóvel chegou a ser alvo de depredação depois que o caso veio à tona e o casal resolveu se entregar à polícia no dia 31 de dezembro. "Passei 12 dias muito complicados", disse Caroline.

O delegado Hellmeister afirmou que manterá o casal na delegacia por motivos de segurança. Além de estarem com a casa danificada, ele entende que Renan e Caroline têm chances de sofrerem agressões na rua. "Vamos entrar em contato com os parentes para definir para onde eles serão levados".

Carlos Henrique Medeiros era influenciador e mantinha um canal do YouTube, onde somava mais de 1,8 milhão de seguidores.

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