Invadido pela água da enchente há quase três semanas, o Hospital Pronto Socorro de Canoas, no Rio Grande do Sul, não tem data para reabrir. Como a inundação ainda não baixou completamente, a administração da unidade ainda não consegue sequer mensurar o tamanho da destruição.
Em uma sala de emergência, a marca na parede indica que a água atingiu altura de aproximadamente 2 metros, cobrindo macas, monitores cardíacos e outros equipamentos médicos.
Uma outra área, onde a água ainda batia na altura do tornozelo, estava completamente revirada por causa da inundação. Além dos rastros de lama em móveis e equipamentos, havia lixo e outros materiais boiando na água suja.
A enchente também tomava conta do pátio externo à unidade, atingindo três ambulâncias na altura das rodas. Os veículos, que ficaram estacionados no local nas últimas semanas, têm marcas até o topo do para-brisa - indicativo da altura máxima atingida pela inundação.
Quando a água invadiu o local, no último dia 4, dezenas de pacientes tiveram que ser removidos às pressas para outras unidades de saúde, entre eles 80 pessoas que estavam internadas na UTI. Para a evacuação, foram utilizados barcos e um helicóptero.
A hospital fica no bairro Mathias Velho, o mais populoso de Canoas, que foi completamente inundado após rompimento de um dique, em razão das fortes chuvas que atingiram a região. Especializado em traumas, o hospital realizava em média 4,2 mil atendimentos por mês, sendo referência do SUS para 102 cidades gaúchas.