Joel Zito Araújo foi o grande homenageado da noite de segunda, 15, no 50.º Festival de Gramado. Recebeu o troféu Eduardo Abelim, que homenageia o pioneiro do cinema gaúcho. Joel tem sido guerreiro na discussão das questões relativas à representação - e à participação - do negro no audiovisual brasileiro, não apenas no cinema. Fez um discurso emocionante lembrando o avô, fazendeiro negro em Minas, e a mãe, que foi empregada doméstica.
"Todo o meu cinema nasce dessa minha vontade de homenagear e reverenciar minha mãe", contou o cineasta. A Negação do Brasil, Filhas do Vento, O Pai da Rita. Pelo segundo filme, Joel Zito foi superpremiado em Gramado.
Choveu muito na noite de segunda. Uma cascata jorrou do teto no palco do Palácio dos Festivais, mas a cerimônia prosseguiu mesmo assim. "Xangô, o orixá dos trovões, estava anunciando minha chegada", disse Joel Zito.
Guerrilha
O festival tem celebrado a diversidade. Acolheu um belíssimo longa do Acre, Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho, e o novo, e fortíssimo, longa de um dos mais conhecidos e ativos diretores do cinema brasileiro atual. O Pastor e o Guerrilheiro, de José Eduardo Belmonte, retraça a guerrilha do Araguaia. O produtor Nilson Rodrigues trouxe dois ex-guerrilheiros que deram seu depoimento - Juca Ferreira e José Genoino - e foram muito aplaudidos, pela sinceridade e emoção.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.