Internacional

Exército de Israel recupera corpos de seis reféns mantidos em Gaza

Estadão Conteúdo
21/08/2024 às 07:19.
Atualizado em 21/08/2024 às 07:24

O Exército de Israel anunciou nesta terça-feira, 20, que recuperou os corpos de seis reféns na Faixa de Gaza. Um grupo que representa os parentes dos sequestrados afirmou que eles estavam vivos quando foram levados para o território palestino, mas que a maioria morreu há algum tempo no cativeiro. O Hamas sugeriu que alguns foram vítimas de bombardeios israelenses, mas não há confirmação oficial.

Os seis são Alex Dancyg, de 75 anos, Chaim Peri, de 79, Yagev Buchshtab, de 35, Yoram Metzger, de 80, e Nadav Popplewell, de 51, que já haviam sido declarados mortos nos últimos meses, e Avraham Munder, de 79, que constava na lista de reféns vivos.

Os seis foram encontrados em um túnel. Após a análise forense e de inteligência, as famílias foram informadas. A causa da morte não é conhecida. Os militares israelenses investigam as circunstâncias, incluindo a possibilidade de que alguns ou todos tenham morrido em ataques de Israel.

Operação

Em publicação no X, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, enviou condolências aos parentes. "Nossos corações doem pela terrível perda", afirmou o premiê, agradecendo aos comandantes das Forças Armadas e à direção da agência de inteligência de Israel, o Shin Bet. "O Estado de Israel continuará fazendo todos os esforços para recuperar todos os sequestrados - vivos e mortos."

O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, que representa parte dos reféns, destacou que a recuperação dos corpos "é um processo importante, que permite às famílias um encerramento necessário e descanso eterno para os assassinados".

A organização afirmou ainda que o governo israelense "tem obrigação moral e ética de recuperar" todos os reféns, vivos ou mortos. Das 251 pessoas sequestradas durante o ataque do Hamas, no dia 7 de outubro, 105 ainda são mantidas em Gaza, incluindo 34 que os militares de Israel dizem estar mortas.

"O retorno imediato de todos os 109 sequestrados só será possível mediante acordo. O governo israelense, com a ajuda dos mediadores, deve fazer de tudo para assinar os termos que estão agora sobre a mesa", afirmou o grupo, em nota. De acordo com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, Netanyahu aceitou a última proposta americana para uma trégua. O Hamas ainda não deu uma resposta oficial ao plano americano.

Para a viúva de Peri, Osnat, em entrevista ao Channel 12 News, o governo israelense escolheu "não salvá-lo". Ela argumentou ainda que, embora "tenha certeza de que ele sofreu muito", o marido não morreu de fome ou por falta de medicamento, "mas provavelmente em um ataque israelense".

Mati Dancyg, filho de Alex, cujo corpo foi recuperado na operação de ontem, também atacou Netanyahu, acusando-o de "escolher abandonar" os reféns para sobreviver politicamente. "Ele (Alex) e todos os reféns poderiam ter sido trazidos de volta", acusou Dancyg. "Netanyahu escolheu sacrificar os reféns. Ele pagará por isso, e muito."

Risco

O comando militar de Israel disse que, em março, realizou operações perto de um túnel onde os corpos dos seis reféns foram recuperados, segundo o jornal israelense Haaretz. Os israelenses afirmam ainda que a área foi atacada anteriormente pela Força Aérea, mas não está claro se isso resultou na morte dos sequestrados.

Uma operação parecida ocorreu no fim de julho, quando Israel recuperou os corpos de cinco reféns, incluindo quatro soldados, também durante uma operação em Khan Younis. Os militares teriam sido mortos durante os ataques de 7 de outubro, com seus corpos levados para Gaza. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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