Política

Ex-diretor da PRF é o primeiro a depor na CPMI do 8 de janeiro

Estadão Conteúdo
20/06/2023 às 09:07.
Atualizado em 20/06/2023 às 09:10

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro abre nesta terça-feira, 20, a série de oitivas com o depoimento do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, Silvinei deve ser questionado pela operação da PRF nas estradas no dia 30 de outubro, durante o segundo turno das eleições presidenciais. Ele já é alvo de inquérito aberto pela Polícia Federal por essa ação. A investigação apura se a operação teria como objetivo atrapalhar a chegada de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula Silva, sobretudo no Nordeste, reduto político do petista.

Silvinei assumiu o posto de diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal em abril de 2021, quando o então presidente Jair Bolsonaro deu posse a Anderson Torres no Ministério da Justiça. Nas suas redes sociais, Silvinei aparecia em fotos ao lado de Bolsonaro em eventos do governo com a presença da PRF.

Durante as eleições, ele também usou a conta para defender o voto no ex-presidente. Nos stories, compartilhou uma foto da bandeira do Brasil e escreveu: "Vote 22, Bolsonaro presidente". A postagem foi apagada horas depois. Investigado por improbidade por apoio a Bolsonaro, Silvinei foi exonerado do cargo em dezembro.

A convocação de Silvinei foi feita durante a última sessão da CPMI, quando o colegiado bateu o martelo para ouvir 36 pessoas nessa primeira fase - em sua maioria pessoas ligadas ao ex-presidente Bolsonaro. O requerimento para convocá-lo foi feito pela senadora e relatora Eliziane Gama (PSD-MA), mas outros três documentos também solicitavam a sua oitiva, sendo eles apresentados pelos senadores Ana Paula Lobato (PSB-MA) e Fabiano Contarato (PT-ES); e pelo deputado federal Rafael Brito (MDB-AL).

Após mais de dois meses de pressões, o presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aceitou o pedido de criação da CPMI, em abril de 2023. O colegiado tem como objetivo investigar os ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro; e tem como composição o total de 32 integrantes, sendo 16 deputados e 16 senadores.

Requerimentos a serem votados

Para esta terça-feira, 20, o colegiado tem na pauta a votação de diversos requerimentos dentre eles a solicitação de todos os documentos, processos e inquéritos decorrentes das investigações dos atos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023 - tema alvo de 11 pedidos.

O grupo deve retomar a discussão sobre a convocação do general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, que pediu demissão do governo após aparecer em imagens do circuito interno do Palácio do Planalto sem confrontar invasores que depredaram o prédio nos ataques golpistas de 8 de janeiro. Na última sessão, integrantes da base de Lula, composta por 20 membros, impediram que ele fosse convocado. Gonçalves Dias é alvo agora de 7 pedidos de convocação.

No último encontro, a ala governista também impediu a convocação do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha. Entretanto a sua possível oitiva deve voltar a ser discutida hoje pelo grupo, uma vez que 5 mais requerimentos estão na pauta com essa demanda.

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