Variedades

Em novo espaço no Jardim Europa, a Dan aposta em artistas

Estadão Conteúdo
03/11/2022 às 08:47.
Atualizado em 03/11/2022 às 08:52

Para comemorar os 50 anos de existência da Dan Galeria, seu fundador, o marchand Peter Cohn, abre um novo espaço em São Paulo, a Dan Contemporânea, comandada por seu filho Flávio Cohn. Localizada em área nobre, no Jardim Europa, e próxima de outras cinco galerias de peso no mesmo bairro, a nova Dan abre suas portas com uma exposição coletiva que reúne artistas de seu robusto time, entre eles o fotógrafo espanhol José Manuel Ballester, o escultor inglês Tony Cragg, o pintor inglês Ian Davenport, o fotógrafo eslovaco Yuri Dojc e brasileiros como Sérgio Fingerman, Macaparana e José Spaniol.

Projeto do arquiteto Mário Moreno, a Dan Contemporânea, conta Peter Cohn, é um projeto amadurecido durante anos, desde que, em 1989, sua mulher Gláucia sugeriu ao filho Flávio que trabalhasse com artistas de sua geração. Como se sabe, a Dan Galeria é associada principalmente aos artistas modernos. Há 37 anos instalada na rua Estados Unidos, formou colecionadores cujo principal interesse é o time formado pela geração modernista (Di Cavalcanti, Tarsila) e seus seguidores (Antonio Bandeira), chegando aos neoconcretos (Lygia Clark).

Gigante

A galeria da Rua Estados Unidos ficou pequena para abrigar as gigantescas obras de artistas contemporâneos. O filho mais velho de Peter, Ulisses Cohn, passou, então, a pesquisar galpões para a instalação da nova galeria. "Acabei encontrando um imóvel num pequeno anúncio classificado, descobrindo que se tratava do antigo Hippopotamus", conta Ulisses. Com mais de 1 mil m², a galeria foi construída sobre o antigo prédio demolido do clube noturno que funcionou entre os anos 70 e 90, ficando, no projeto final, com duas entradas: uma na Rua Amauri e outra na Avenida Nova de Julho.

É pela entrada da Rua Amauri que o visitante vai topar com uma obra de grandes dimensões (mais de 8 metros de largura por 4 de altura) do fotógrafo Ballester, que recria A Última Ceia (1498) de Da Vinci retirando de cena todos os seus personagens. Nessa série, Concealed Spaces, Ballester cria réplicas de obras icônicas da história da arte sem a figura humana (O Nascimento de Vênus, de Botticelli, descarta a mitológica deusa, por exemplo). As imagens de Ballester viralizam nas redes sociais e, hoje, uma foto sua (com tiragem de cinco exemplares) custa em torno de R$ 200 mil).

Contudo, as apostas da nova Dan Contemporânea não se concentram apenas em artistas internacionais consagrados. Os colecionadores, hoje, segundo Flávio Cohn, buscam diversificar suas coleções e investem em novos artistas, citando como exemplo o pintor autodidata Matheus Marques Abu, cuja produção está vinculada à ancestralidade africana.

Herança

A exposição inaugural destaca um artista que mantém um vínculo de 40 anos com a Dan Galeria e começou sua carreira apadrinhado justamente pelo criador do Masp, Pietro Bardi, como representante de uma arte estreitamente ligada a questões da terra: o pernambucano Macaparana (a mostra tem duas obras dos anos 1970), hoje um nome ligado à herança neoconcreta com uma carreira internacional consolidada.

"A migração dos modernos para os contemporâneos entre os colecionadores, hoje, é um fato", admite Peter Cohn, mas isso não significa acirrar uma disputa. "Estou preocupado em não criar um choque estético entre eles, mas em mostrar que se complementam", observa seu filho Flávio, citando artistas com os quais a galeria trabalha, como Almie Mavignier e Wollner, modernos hoje considerados históricos que dialogam com a obra de contemporâneos. "Os artistas consagrados hoje financiam os mais novos", acrescenta Flávio.

O marchand trouxe para sua galeria (e a atual exposição) nomes internacionais conhecidos lá fora, mas nem tanto aqui, como a dupla finlandesa Tommy Grönlund e Petteri Nisunen, que explora a convergência entre arte e ciência, ou o francês Pascal Dombis, que recorre a computadores para criar imagens cinéticas desestabilizadoras. E promete para 2023 uma grande retrospectiva de um dos maiores nomes da arte cinética, o venezuelano Jesús Rafael Soto (1923-2005).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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