A Polícia Civil do Rio prendeu na noite deste sábado, 6, o diplomata alemão Uwe Herbert Hahn. Ele é suspeito de envolvimento na morte do marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, de 52 anos, ocorrida na noite de sexta-feira na cobertura onde moravam, em um edifício em Ipanema, na zona sul do Rio.
O diplomata havia dito aos policiais que Walter tinha caído com o rosto no chão após apresentar um mal súbito, mas perícia realizada ao longo deste sábado não condiz com o relato. "A versão dele (Uwe Hahn) é muito frágil diante das evidências arrecadadas, das provas e da perícia técnico-científica", disse ao Estadão a delegada Camila Lourenço, da 14ª DP (Leblon), onde o caso foi registrado. Por causa disso, Hahn foi preso em flagrante por homicídio.
Walter Maximilien Biot foi encontrado já sem vida por policiais militares e por uma equipe de resgate do Corpo de Bombeiros no início da noite de sexta-feira. Inicialmente, o caso foi tratado como um mal súbito, mas o médico que acompanhou a ocorrência não quis atestar o óbito porque o belga apresentava lesões pelo corpo. A vítima, então, foi encaminhada para necropsia no Instituto Médico Legal (IML).
Casado há 23 anos com Walter, o diplomata alemão afirmou aos policiais que foram ao local que o marido bebia muito e tomava medicamentos para dormir. Ainda segundo seu relato aos agentes, os dois estariam no quarto quando Walter decidiu ir até a sala, passou mal, caiu e bateu o rosto no chão.
Laudo apresentado pelo IML no fim da tarde deste sábado, contudo, contraria essa versão. O documento afirma que o belga apresentava lesões por todo o corpo, compatíveis com agressões. Os peritos atestaram ainda que a causa da morte foi traumatismo craniano provocado por uma lesão na nuca.
Além da necropsia, a perícia realizada no apartamento do casal também constatou vestígios de sangue no piso e em móveis em diferentes partes da cobertura.
Ao longo do dia, os agentes ouviram testemunhas e colheram o depoimento de Uwe. No início da noite, ele foi encaminhado ao IML para realizar exame de corpo de delito. O consulado alemão ainda não se manifestou. O Estadão tenta localizar a defesa do diplomata.