Do alto da ponte Cidade Jardim, na zona sul de São Paulo, assaltantes têm praticado roubos depois de apedrejar carros que passam pela Marginal Pinheiros. Relatos de vítimas e testemunhas têm se intensificado nos últimos dias e já fizeram a polícia de São Paulo reforçar o patrulhamento na área e investigar os casos por meio dos distritos policiais que atendem a região.
O frentista de um posto de combustível, localizado próximo da ponte e que tem sido usado como ponto de refúgio para as vítimas, disse ao Estadão que presenciou "de três a quatro" episódios nas últimas duas semanas. Segundo o funcionário, que não quis ser identificado, todas as ocorrências aconteceram entre 19h e 21h30.
Dos veículos atingidos, dois eram modelos da marca BMW e um da montadora japonesa Honda. Na presença da reportagem, que esteve na Cidade Jardim por voltas das 20h da última terça-feira, 27, outro frentista disse: "É capaz de você ver um carro apedrejado daqui a pouco".
Os criminosos atuam em grupos e aproveitam do para-brisa quebrado para roubar os pertences das vítimas. Imagens de veículos atingidos compartilhadas com a reportagem mostram que, em um dos casos, o peso da pedra arremessada foi tão grande que chegou a atravessar o vidro e cair na parte interna do automóvel.
O relato de uma vítima, também compartilhado com a reportagem, descreve que alguém, de cima da ponte Cidade Jardim, teria jogado um pedaço de concreto "do tamanho de uma caixa de sapato" em direção ao seu veículo. "Por sorte eu vi ele jogando, joguei (o carro) para a direita e pegou de raspão", diz o denunciante.
A comerciante Andréia Tiheme, que administra uma floricultura próxima à ponte, conta que foi vítima de uma tentativa de assalto semelhante há cerca de 10 anos. "Acertaram a minha picape, mas só pegou no capô, não pegou no vidro. Eu consegui escapar", disse. "A minha sorte é que não pegou no vidro."
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que um episódio de apedrejamento seguido de assalto ocorreu na ponte na última segunda-feira, 26, e que o caso foi informado à polícia no dia seguinte. A pasta afirma ainda que os 15º e 34º distritos policiais (DP), que atendem a área, investigam as ocorrências para identificar e prender os autores dos crimes.
Sem especificar a quantidade de ocorrências registradas no último mês, a SSP informou que, no período, "as delegacias efetuaram oito prisões por crimes contra o patrimônio" e que a "Polícia Militar reorientou e intensificou o policiamento na região."