O secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, afirmou nesta quinta-feira, 22, que o crescimento de despesas obrigatórias surpreendeu a equipe econômica. Segundo ele, os gastos com benefícios previdenciários e sociais subiram mais de R$ 8 bilhões.
"Temos redução na fila do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social] que levou a aumento nas despesas obrigatórias. O bloqueio adicional ocorrerá em despesas discricionárias ainda não empenhadas. Temos entre R$ 19 bilhões e R$ 20 bilhões em discricionárias ainda não empenhadas", afirmou Colnago.
O secretário ainda estimou que dos recursos que podem ser bloqueados, R$ 3,7 bilhões em emendas de relator ainda não foram empenhadas.
Superávit primário
O secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia afirmou ainda que a previsão de superávit primário de R$ 13,5 bilhões em 2022, antecipada pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), decorre de um aumento das receitas de 70 bilhões e é a primeira estimativa oficial positiva apresentada no ano.
Segundo ele, a arrecadação continua a crescer e na divulgação do próximo Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas devem ser apresentados dados ainda maiores.
Colnago ainda afirmou que o aumento de arrecadação implica maior transferência de recursos para Estados e municípios. O resultado atingiu o maior porcentual da história e chegou a um valor equivalente a 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
O secretário ainda estimou que cada queda de 0,1 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) reduz entre R$ 700 milhões e R$ 80 milhões de espaço no teto de gastos de 2023.
Ele ainda afirmou que a totalidade de aumento nos dividendos se deve à Petrobras. A arrecadação com dividendos pode superar R$ 100 bilhões e garantirá o superávit do ano. O ministro da Economia, Paulo Guedes, conta com esses recursos para entregar o ano com saldo positivo nas contas públicas.