O chefe de gabinete da presidência da Eletronuclear, André Osório, disse nesta terça-feira, 17, que o armazenamento de resíduos nucleares não será mais problema para essa fonte de energia. Isso graças à instalação do chamado Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental (Centena), que vai dar sobrevida estimada em 20 anos às usinas geradoras de energia controladas pela estatal. A Eletronuclear controla Angra 1 e 2 e aguarda a construção de Angra 3, todas unidades no Rio de Janeiro.
"A questão do armazenamento já foi problema muito sério, complexo e de difícil solução, mas hoje não é mais", disse Osório. Ele comentava o fato de que os depósitos das centrais estão "quase lotados", na 9ª edição da Conferência Cidades Verdes, organizada na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no centro do Rio.
A expectativa é que, além de armazenar os resíduos de Angra 1 e 2, o Centena receba também os de Angra 3, ora com 65% das obras civis finalizadas. Segundo Osório, até 2030, quando também prevê o início das operações de Angra 3, o Centena deve estar em funcionamento.
Planejado pelo governo federal para abrigar os resíduos de baixa e média atividade de forma definitiva, o centro também vai desenvolver pesquisa sobre a destinação de resíduos nucleares e novas formas de armazenamento. A gestão do espaço vai ficar a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnem), autarquia federal do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Segundo Osório, Centena está previsto para ocupar uma área de cerca de 40 hectares - ainda não escolhida - em São Paulo, Minas Gerais ou Rio de Janeiro. "Este repositório não atenderia apenas às usinas, mas também a outros produtores de resíduos nucleares", explicou Osório. Ainda assim, disse ele, cerca de 90% do espaço seria ocupado, de fato, pelos resíduos das centrais de Angra.