Por conta das chuvas fracas e moderadas deste sábado, 19, cerca de 138 mil imóveis chegaram a ficar sem energia elétrica na capital e Região Metropolitana de São Paulo por volta das 14 horas, de acordo com a concessionária Enel. À noite, na atualização das 23 horas, o total de clientes sem luz havia sido reduzido para 37 mil imóveis e se concentravam em São Bernardo do Campo e Diadema, na Região Metropolitana, ainda de acordo com concessionária.
Na capital, as zonas sul e oeste, mais especificamente os bairros como Pinheiros, Vila Andrade, Jabaquara e Santo Amaro, foram os mais afetados.
A empresa informou que suas equipes estão atendendo 700 ocorrências por falta de energia na Região Metropolitana.
A companhia está com um contingente de 2,4 mil profissionais mobilizados para a atuação nos casos de falta de energia neste sábado. A partir deste sábado, a concessionária passa a informar, em seu site, o total de clientes sem energia elétrica em sua área de concessão.
Segundo a empresa, as informações serão atualizadas diariamente, de hora em hora, entre 7h e 23h.
Na sexta-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, encaminhou um ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que a Enel Distribuição São Paulo mobilizasse equipes para os eventos climáticos entre os dias 18 e 20 de outubro. O documento cita a necessidade de "acionamento da contingência ao enfrentamento de situação que eventualmente enseje a interrupção de energia".
Os pedidos foram realizados depois que um apagão que atingiu a cidade após o temporal de sexta-feira, 11, quando mais de 3 milhões de imóveis ficaram sem luz.
O restabelecimento total demorou dias e a empresa voltou a ser alvo de queixas de clientes e autoridades. O tema ocupou ganhando parte das discussões na campanha eleitoral à Prefeitura de São Paulo.
A extensão do problema e a demora na reação levaram o governo federal a abrir um processo disciplinar contra a empresa italiana, o que eventualmente pode levar à perda de concessão. A empresa diz não ver requisitos para isso, uma vez que afirma cumprir os requisitos contratuais.
Conforme o Estadão mostrou, o tempo de reação da Enel em dias críticos piorou e os investimentos caíram. A empresa transferiu a concessão em Goiás no fim de 2022 após ser praticamente "expulsa" pelo governo estadual, motivado por uma série de falhas de fornecimento.