Internacional

Chuvas intensas na Itália deixam 8 mortos e milhares de desabrigados

Estadão Conteúdo
17/05/2023 às 14:36.
Atualizado em 17/05/2023 às 14:45

As inundações na Emilia-Romagna, no norte da Itália, deixaram pelo menos oito mortos e obrigaram o cancelamento do GP de Fórmula 1 previsto para este fim de semana na região.

O ministro da Proteção Civil, Nello Musumeci, disse que algumas áreas receberam metade da média de chuvas para um ano em apenas 36 horas, fazendo com que os rios transbordassem, enviando água em cascata pelas cidades e submergindo milhares de terras agrícolas.

O ministro da Proteção Civil, Nello Musumeci, disse que algumas áreas receberam metade da quantidade de chuva esperada para um ano em apenas 36 horas, fazendo com que os rios transbordassem, enviando água em cascata pelas cidades e submergindo milhares de acres de terras agrícolas.

Águas lamacentas correram pelas ruas de Faenza, Cesena e Forli, ao sul de Imola, lavando os tetos de carros estacionados, alagando algumas lojas e forçando os moradores a fugir para os andares superiores de suas casas.

"Não se aproximem dos rios. Aqueles que moram em áreas próximas a cursos d'água devem se mudar para andares mais altos", disse o presidente da região da Emilia-Romagna, Stefano Bonaccini, pelo Facebook.

Ligações rodoviárias e ferroviárias foram bloqueadas em vários locais e os prefeitos de muitas vilas e cidades, incluindo Bolonha, instaram os moradores a não deixarem suas casas.

A cidade de Ravenna, no norte, famosa por seus primeiros patrimônios cristãos, também foi gravemente afetada.

"Ravenna está irreconhecível pelos danos que sofreu", disse o prefeito de Ravenna, Michele de Pascale, à rádio pública RAI.

As ruas de várias localidades ficaram submersas pelas águas, após chuvas torrenciais na região. Muitos moradores se viram isolados e procuraram refúgio nos telhados das casas.

Segundo o ministro da Defesa Civil, Nello Musumeci, 50.000 pessoas ficaram sem energia elétrica, e cerca de 5.000 foram resgatadas com a ajuda de botes infláveis e de helicópteros.

"Nada será como antes, porque este processo de tropicalização que está aumentando na África agora também está afetando a Itália", acrescentou Musumeci.

"Nasci aqui e nunca vi nada parecido. Desta vez, ficamos com medo de verdade", disse à AFP Simona Matassoni, proprietária do hotel Savio em Cesena, na costa do Adriático.

Na madrugada de terça-feira, 16, para quarta-feira, 17, os moradores dos arredores de Forli, onde foi encontrada a primeira vítima fatal, tiveram de fugir descalços e com água até o peito, observou um fotógrafo da AFP.

"Isso é o fim do mundo", afirmou o prefeito de Forli, Gian Luca Zattini, em uma publicação no Facebook.

GP de Fórmula 1 cancelado

As enchentes também forçaram o cancelamento do GP de F1, previsto para acontecer na Emilia-Romagna de sexta a domingo.

"Depois das conversas entre a Fórmula 1 (...) as autoridades competentes, incluindo os ministros envolvidos (...) o presidente da região da Emilia-Romagna, o prefeito da cidade e o promotor, decidiu-se que o Grande Prêmio não acontecerá em Imola", anunciou o promotora da F1, a Formula One, em um comunicado, sem especificar se a corrida será remarcada até o final da temporada.

"É uma decisão responsável, devido à situação que vivem as cidades e vilas da região. Não seria justo aumentar a pressão sobre as autoridades locais e sobre os serviços de emergência em um período difícil", continua o texto.

"A situação é crítica. Ainda temos horas difíceis pela frente", advertiu Matteo Gozzoli, prefeito da cidade de Cesenatico, na costa do Adriático.

O serviço italiano de Defesa Civil informou que 14 rios transbordaram entre terça e quarta-feira, e que 23 municípios ficaram inundados.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou que o governo está "pronto para intervir com a ajuda necessária".

Há duas semanas, a região da Emilia-Romagna foi atingida por fortes chuvas, que causaram inundações e deslizamentos de terra. Duas pessoas morreram.

A chuva que castiga a Itália também provocou inundações no outro lado do mar Adriático, na Croácia e na Bósnia. Até o momento, não há informações de vítimas fatais nestes países. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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