Economia

CCR arremata concessão da Rota Sorocabana em leilão com oferta de R$ 1,6 bi, ágio de 267.835%

Estadão Conteúdo
30/10/2024 às 21:15.
Atualizado em 30/10/2024 às 21:20

O Grupo CCR arrematou a concessão do Lote rodoviário da Rota Sorocabana, com uma oferta de outorga fixa de R$ 1,601 bilhão, ágio de 267.835% em relação ao valor mínimo de R$ 597,5 mil estipulado. A concessionária saiu vencedora após uma disputa acirrada com a concorrente EcoRodovias nesta quarta-feira, 30, na sede da B3 em São Paulo.

Pátria e EPR também participaram do leilão, ofertando R$ 1,09 bilhão e R$ 864 milhões, respectivamente. Contudo, não foram classificadas para a segunda etapa, já que as propostas eram menores do que as cifras iniciais apresentadas pela CCR (R$ 1,450 bilhão) e pela EcoRodovias (R$ 1,380 bilhão). O edital previa que apenas as duas primeiras colocadas participariam do viva-voz.

A concessão concedida nesta quarta-feira, 30, engloba trechos rurais operados atualmente pela ViaOeste, empresa do Grupo CCR, e estradas sob gestão do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER-SP). "A Rota Sorocabana é um ativo extremamente estratégico para nós. Temos conhecimento de causa, porque operamos a concessão desde 2005", destacou o CEO da CCR, Eduardo Camargo.

O investimento previsto de R$ 8,8 bilhões é o maior entre os cinco certames que serão realizados pelo governo paulista até o final de 2024. O projeto abrange 460 quilômetros de estradas localizadas na região Sudoeste do Estado, cortando 17 cidades. Doze rodovias compõem o lote: SP-280, SP-075, SPI-091/270, SPI-087/270, SPI-060/270, SP-270, SP-079, SPA-053/280, SPA-103/079, SPA-104/079, SP-264, SPA-160/250.

O tráfego anual no trecho a ser concedido é de 311 milhões de veículos, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP). Para melhorar as condições de circulação diante da alta demanda, o projeto prevê 94 quilômetros de duplicação de rodovias e 197,5 quilômetros de faixas adicionais, simples e duplas, assim como a implementação de pedágio eletrônico, o "free flow".

A expectativa é de que as obras gerem mais de 10,2 mil empregos diretos e indiretos. Além da duplicação e faixas adicionais, as melhorias incluem novas passarelas, acostamentos e pontos de ônibus nas marginais da rodovia, segundo o governo do Estado de São Paulo.

Participantes

O perfil de participantes do leilão desta quarta-feira destoa dos vistos nos últimos certames de rodovias, principalmente os federais. As disputas mais recentes foram marcadas pela presença de licitantes novatos, principalmente do setor financeiro, enquanto as concessionárias tiveram uma participação mais tímida.

No caso da Rota Sorocabana, apenas o Pátria é um player financeiro, enquanto as outras são nomes que já operam na administração de rodovias, sendo CCR e EcoRodovias as mais consolidadas historicamente.

O Grupo CCR lidera o ranking de rodovias estaduais paulistas concedidas, com mais de 1,38 mil quilômetros de vias administradas no Estado por cinco empresas do grupo. Entre eles, a ViaOeste. Por outro lado, a Rota Sorocabana marcaria a estreia da EPR em São Paulo. Atualmente, a operação da concessionária está concentrada em Minais Gerais e no Paraná.

Nova Raposo

O próximo leilão rodoviário paulista já tem data: 28 de novembro. O governo paulista irá conceder o trecho da Nova Raposo, com previsão de R$ 7,9 bilhões em investimentos. Serão concedidos 92 quilômetros de trechos de vias operadas atualmente pela ViaOeste e estradas sob gestão do DER-SP. O prazo de concessão é de 30 anos, e o leilão terá o pagamento de uma outorga fixa de R$ 4,6 milhões.

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