O relator do arcabouço fiscal na Câmara, Cláudio Cajado (PP-BA), disse à GloboNews acreditar que o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai apoiar o mérito da proposta, a ser votado na próxima semana. Nesta quarta-feira, 17, toda a bancada da sigla votou pela urgência do projeto, o que acelera a sua tramitação, mas partidos à esquerda da base governista, como PSOL e Rede, votaram contra.
Anteontem, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que o partido apoiaria a regra fiscal proposta pelo governo e que acredita que pode haver um projeto que não "desfigure" a ideia inicial. Setores da sigla criticaram o texto do arcabouço, costurado pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
"Acredito que o apoio do PT vai se manter no mérito da matéria", disse Cajado.
O deputado não se mostrou refratário a emendas ao projeto, mas ponderou que para serem incluídas elas precisam ser submetidas ao colégio de líderes e ao governo. "Se emenda melhorar e aperfeiçoar, não terei nenhum problema de aceitar", afirmou.
Cajado observou ainda que, a despeito do placar elástico (367 votos a favor da urgência e 102 contra), o governo ainda não tem base na Câmara. "Este projeto está fora do interesse direto do governo, nós estamos fazendo uma lei para o País", afirmou. "Acredito que o governo, se efetivamente tiver uma base organizada, não vai ter muitos problemas e dificuldades em votações."