Economia

BTG Pactual e XP travam 'duelo' por ativos de Eike Batista

Estadão Conteúdo
10/09/2022 às 13:45.
Atualizado em 10/09/2022 às 13:52

Depois de três leilões fracassados, a venda de debêntures emitidas pela Anglo American e que fazem parte do processo de falência da MMX, a antiga mineradora de Eike Batista, começou a andar em um processo de propostas diretas, que já gera disputa. Os ativos, que foram colocados em disputa nesta semana, atraíram a atenção de dois pesos-pesados do mundo dos investimentos: o BTG Pactual e a XP.

O primeiro a fazer uma proposta foi o BTG, em um movimento que desagradou tanto Eike quanto a seus credores dentro do processo de falência da MMX. O entendimento é de que o BTG estaria sendo favorecido, pois o banco apresentou proposta no dia seguinte à divulgação das novas condições para a venda das debêntures pela Juíza Claudia Helena Batista, da 1.ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. A decisão elimina a hipótese de novo leilão, que chegou a ser marcado para segunda-feira, dia 12.

Além disso, a Justiça determinou que aceitará propostas até o dia 12, justamente para quando um novo certame, agora cancelado, estava previsto. No entanto, a proposta do BTG Pactual já foi aceita pelo administrador da recuperação judicial, pelo valor mínimo (R$ 360 milhões). Por isso, os demais proponentes teriam, segundo fontes, de apresentar oferta 1% superior aos R$ 360 milhões e mais 3% sobre a oferta para custeio da due dilligence (investigação prévia) feita pelo BTG para aquisição do ativo.

A XP e o Modal afirmam ainda, em sua proposta, que poderão cobrir eventuais contrapropostas que surjam em até cinco dias úteis após a declaração do juízo de falência de que sua oferta é a vencedora no processo de venda direta. A XP e o Modal abrem mão do "break-up fee" (multa pela perda da preferência) caso desistam da compra. O BTG havia exigido uma compensação de 3% caso perdesse a preferência, e as debêntures fossem vendidas a um terceiro.

A venda direta deverá atrair bem menos dinheiro do que em leilão - na última vez em que o certame fracassou, o preço era de R$ 1,25 bilhão. Os recursos arrecadados vão para a redução da dívida da MMX, incluindo o acordo de delação que a empresa fechou com o Supremo Tribunal Federal (STF).

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