O Brasil manteve o posto de maior gerador de resultados do Grupo Santander no terceiro trimestre deste ano. No período, o lucro líquido atribuído ao Grupo da operação brasileira foi de 662 milhões de euros, de acordo com balanço publicado nesta quarta-feira. No mundo, o Santander teve resultado de 2,422 bilhões de euros, 3% maior que o do segundo trimestre.
O lucro da operação brasileira classificado no balanço do Grupo, por outro lado, caiu 10,2% no mesmo período. No balanço reportado no Brasil, houve baixa de mais de 23% no mesmo intervalo. Para além do câmbio, os dois balanços não são comparáveis por fatores como os padrões contábeis aplicados em cada mercado.
Nos nove primeiros meses deste ano, o Santander Brasil também mantém o posto de maior operação, em termos de lucro. O resultado acumulado é de 2,027 bilhões de euros, enquanto o Grupo todo lucrou 7,316 bilhões.
Exceto por períodos durante a pandemia da covid-19, o Santander Brasil costuma ter o maior lucro do banco no mundo, além de também ser o maior em indicadores como o número de funcionários. Porém, também é o que apresenta os maiores números em pontos como o custo de crédito e a inadimplência, o que se repetiu nos nove primeiros meses do ano.
Em 2022, até aqui, o País tem destoado de outros mercados do Grupo. "Por país, digno de nota foi o forte crescimento de lucro registrado em todos os países exceto o Brasil, que caiu 1%, à medida que o crescimento na receita com tarifas e ganhos em transações financeiras, e uma menor alíquota não compensaram totalmente o impacto nas margens da sensibilidade negativa ao aumento de juros e do aumento de custos e de provisões", disse o Santander em balanço publicado na Europa.
No Brasil, o banco tem tido maior cautela desde a virada do ano nas concessões de crédito, diante da piora do ciclo de inadimplência. Isso tem reduzido os resultados ao longo dos trimestres, e a administração do Santander Brasil espera que os efeitos se dissipem apenas no ano que vem.
Getnet
O balanço do Grupo Santander também traz números sobre a Getnet, adquirente nascida no Brasil, adquirida pelo Santander local na década passada e que hoje, pertence à PagoNxt, unidade de pagamentos do Santander global. Ao todo, a base de clientes ativos da companhia em todo o mundo cresceu 3% no último ano, para 1,27 milhão.
O volume de transações (TPV, na sigla em inglês) processado pela Getnet atingiu 117 bilhões de euros no trimestre, alta de 29% em um ano.
No Brasil, a alta foi de 18% nos nove primeiros meses do ano, enquanto na Europa, o crescimento foi de 13%, em especial por causa da Espanha. No México, por sua vez, o crescimento foi acima da média, de 35%, diante de um aumento do tíquete médio por comerciante e do sucesso da distribuição através do mar aberto.