Política

Bolsonaristas se manifestam em Londres contra ministros do STF que participam de fórum

Estadão Conteúdo
26/04/2024 às 14:32.
Atualizado em 26/04/2024 às 14:42

Nesta sexta-feira, 26, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestaram contra a "censura" no Brasil, em Londres, onde ocorre o 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias, evento que reúne ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O grupo pediu o impeachment de Alexandre de Moraes e exaltou o empresário dono do X (antigo Twitter) e da Tesla, Elon Musk.

Em frente ao hotel The Peninsula, onde estão, além do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os também magistrados do STF Gilmar Mendes e Dias Toffoli, os cerca de 25 manifestantes discursaram contra as decisões da Corte e agradeceram Musk que, neste mês, criticou a atuação de Moraes. O magistrado determinou o bloqueio de perfis nas redes sociais de investigados por disseminação de fake news e atos antidemocráticos e, por isso, foi chamado de "ditador" pelo empresário.

Segurando bandeiras do Brasil, o grupo também defendeu os presos pelos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de Janeiro de 2023, em Brasília, e o direito à liberdade de expressão. Além de acusações contra o suposto abuso de poder de Moraes, os bolsonaristas ergueram cartazes com frases que classificam a esquerda e o comunismo como "um inferno na terra".

Organizado pelo Grupo Voto, da cientista política e empresária Karim Miskulin, que realizou, às vésperas das últimas eleições presidenciais, um almoço de Bolsonaro com mulheres líderes corporativas, o fórum tem o objetivo de promover "um diálogo construtivo em prol do avanço do Brasil" e é patrocinado pelo empresário Alberto Leite, admirador de Musk.

Também estão presentes magistrados do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. A programação também conta com políticos e membros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

As críticas ao governo e ao STF se intensificaram após a divulgação de um relatório sobre a suposta "censura do governo brasileiro" por uma ala do Partido Republicano na Comissão de Justiça da Câmara dos Representantes dos EUA. Fazendo referência ao documento que alega que as ordens da Corte buscam "censurar" aliados de Bolsonaro, como o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e os deputados federais Carla Zambelli (PL-SP) e Marcel van Hattem (Novo-RS), Musk disse que "a lei quebrou a lei".

No último domingo, 21, após a manifestação em defesa do ex-presidente no Rio de Janeiro, o bilionário sul-africano voltou a dizer que Moraes é "inimigo do povo e, portanto, da democracia".

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