A chamada piloto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para comprar R$ 10 milhões em créditos de carbono, lançada em março, selecionou cincos das 11 propostas recebidas. Os projetos selecionados somam R$ 8,7 milhões em créditos, informa o banco de fomento.
Os cinco projetos selecionados na chamada piloto do BNDES foram desenvolvidos por Biofílica, Solví, Sustainable Carbon, Carbonext e Tembici.
A chamada pública contemplava projetos de conservação de florestas, recuperação de áreas degradadas ou de energia limpa. As propostas são desenvolvidas por consultorias especializadas, junto a proprietários de terras com mata nativa, entidades sem fins lucrativos que trabalhem com comunidades locais ou empresas que detenham plantas de geração de energia, entre outros.
A ideia do BNDES é repetir a dose em novas chamadas para comprar créditos de carbono. Quando anunciou a chamada piloto, em março, o diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES, Bruno Lascowsky, disse que o plano da instituição de fomento é fazer um movimento "robusto e substancial", investindo de R$ 100 milhões a R$ 300 milhões na compra de créditos nos próximos dois anos.
Os cinco projetos selecionados incluem conservação de florestas, substituição de veículos e geração de energia.
O projeto da Biofílica Investimentos Ambientais prevê a conservação ambiental numa área de 94.289 hectares nos municípios de Machadionho dOeste e Cujubum, em Rondônia, em conjunto com a Associação dos Moradores de Reserva Extrativista Rio Preto - Jacundá e Ribeirinhos do Rio Machado - Asmorex.
A Carbonext Tecnologia em Soluções Ambientais também apresentou um projeto de conservação florestal e ações de desenvolvimento social e de biodiversidade em Bujari (Acre), em uma área de 20.669 hectares, em parceria com a Copacabana Agropecuária, Leblon Agropecuária, Ipanema Agropecuária e Bela Aliança Agropecuária.
A Revita Engenharia foi selecionada com um projeto de geração de energia a partir de metano em aterro sanitário localizado em Quatá (São Paulo). A Sustainable Carbon, em parceria com a Cerâmica Gomes de Mattos, propuseram um projeto de substituição de combustível por biomassa renovável em Crato (Ceará).
A Tembici Participações é a empresa que opera os sistemas de aluguel compartilhado de bicicletas em diversas cidades, incluindo São Paulo e Rio. Seu projeto, em parceria com a Transportes Sustentáveis e a M2 Soluções em Engenharia, gerará créditos de carbono com a "troca de combustível na matriz de transporte", informou o BNDES. A poluição provocada pelos veículos que transportam as bicicletas entre as estações de aluguel está entre as maiores fontes de emissões de gases do efeito estufa da empresa.