Economia

BNDES aprova R$ 3,7 bi para LHG Logística investir em transporte hidroviário de minério

Estadão Conteúdo
08/09/2024 às 19:18.
Atualizado em 08/09/2024 às 19:24

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou ter aprovado financiamento de R$ 3,7 bilhões à LHG Logística, que serão usados na construção de 400 balsas e 15 empurradores para o transporte hidroviário de minérios de ferro e manganês pelos rios Paraná e Paraguai.

De acordo com nota publicada pela agência de notícias do banco, o recurso vem do Fundo da Marinha Mercante (FMM) e as embarcações serão construídas e entregues ao longo dos próximos quatro anos em seis estaleiros nacionais, localizados nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste, "impulsionando o setor naval brasileiro e gerando empregos e desenvolvimento nessas regiões".

O BNDES destaca que o projeto apoiado vai contribuir para melhorar o escoamento da produção de minério, potencializar a Hidrovia Paraguai-Paraná e fomentar a construção naval nacional, além de representar um investimento estratégico para a descarbonização da matriz logística brasileira. "Modal hidroviário representa redução de 95% das emissões em relação ao rodoviário e de 70% em relação ao ferroviário", cita a nota.

A LHG Logística é o braço de logística da mineradora LHG Mining, que faz parte do Grupo J&F. "O Fundo da Marinha Mercante e o BNDES foram fundamentais garantir a competitividade dos estaleiros brasileiros frente a concorrentes estrangeiros que apresentaram um custo inicial até 20% menor", diz o presidente da LHG Mining, Aguinaldo Filho, segundo a nota publicada.

"O investimento representa um incremento de 16% da frota nacional de transporte de carga para navegação interior (em rios, lagoas e canais) e a geração de cerca de 5,5 mil empregos diretos e indiretos, a maior parte deles nas regiões Norte e Nordeste, onde serão aplicados 87% dos recursos aprovados. O financiamento também viabiliza a construção destas embarcações no Brasil, em meio à forte concorrência internacional de grandes players, como a China, que é maior construtor naval do mundo e cujas embarcações custariam aproximadamente 20% menos", diz a nota do BNDES.

"Esta é uma operação que contribui para o desenvolvimento da produção nacional, gerando milhares de empregos com qualidade, impulsionando a descarbonização com um transporte mais limpo e reativando a indústria naval, que faz uma competição internacional difícil, com países como China e Singapura", explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, na nota.

Segundo explica o texto do BNDES, o projeto permitirá a ampliação do escoamento na logística de minérios que são extraídos em Corumbá (MS) e carregados nas barcaças, atravessando 2.500 km pela hidrovia, cruzando o Paraguai, até chegar ao terminal marítimo de Nova Palmira, no Uruguai, onde são carregados em navios de longo curso. As prioridades para o financiamento foram concedidas pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM), formado pelo Ministério dos Portos e Aeroportos e outros ministérios, além de entidades representativas da sociedade civil e bancos públicos.

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