A frustração pela derrota da seleção brasileira masculina de vôlei na estreia nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 estava evidente no rosto do técnico Bernardinho. A equipe acabou perdendo para a Itália por 3 sets a 1, parciais de 25/23, 27/25, 18/25 e 25/21, o que gerou incômodo no treinador. Em sua visão, a partida foi equilibrada, mas faltou o time brasileiro acreditar um pouco mais.
"Criamos chances e deixamos escapar nos dois primeiros sets. Estou frustrado por não conseguir passar um pouco mais para eles. Faltou acreditar um pouco mais, mas temos totais condições de brigar. O jogo foi muito igual. Precisamos entender que Olimpíada é isso, não podemos baixar a guarda. Pegamos um time entrosado, campeão do mundo. A frustração é porque criamos chance, tivemos bons momentos, mas não aproveitamos. Dói um pouco", disse o treinador.
Esta foi a primeira vez que a equipe brasileira perdeu na estreia de uma Olimpíada desde 1996, em Atlanta, nos Estados Unidos. O Brasil precisará também acabar com um tabu para conseguir chegar ao pódio. O País nunca conquistou uma medalha no vôlei masculino após sair derrotado na primeira partida.
Bernardinho, no entanto, acredita na reviravolta frente à Polônia, na quarta-feira. "Vamos entrar no fuso horário para jogar contra a Polônia às 9h (horário de Paris). É um horário no qual não estamos acostumados, mas amanhã (domingo) vamos estar todos de pé às 6h. É trabalhar para decidir contra a Polônia", completou o treinador.
Reserva neste sábado, mas com alguns minutos em quadra, o ponteiro Henrique Honorato manteve o discurso do técnico. "Acredito que o jogo foi de alto nível. Foi ponto a ponto até o final nos dois primeiros sets. Poderia ter caído no nosso lado se a gente tivesse errado menos e sido mais agressivo. Ansiedade pode ter custado um pouco. Vamos virar a página e consertar os erros. O jogo contra a Polônia será uma final. Sabemos da qualidade do adversário, mas podemos sair com a vitória. O jogo é em um horário atípico, mas vamos dar tudo de nós. Não falta comprometimento e pode ter certeza de que vamos deixar tudo dentro de quadra", completou.
O atleta acredita que o detalhe deve fazer a diferença na busca por medalha. "Consistência é um fator determinante em termos de energia e desempenho. Oscilamos em alguns momentos,. Encostamos no placar, faltou um pouco mais de atenção. Esperamos entrar melhor no próximo jogo, virar a chave. Cada detalhe conta. O campeão sairá no detalhe mínimo", finalizou.
Maior pontuador da partida, com 25 acertos, Darlan também lamentou a derrota. "Infelizmente, não saímos com o resultado que queríamos, mas temos que manter a cabeça erguida. Tivemos altos e baixos em certos momentos que não poderíamos ter, mas acho que agora o foco já tem que estar no próximo jogo, que é o mais importante para a gente."
Terceiro maior pontuador do Brasil, com 14 pontos, atrás apenas de Darlan e Leal (15), Lucarelli também mostrou confiança em dar a volta por cima diante da Polônia. "Ainda temos um caminho longo pela frente. O próximo passo é o duelo com a Polônia. Mas fica a frustração de não ter vencido um dos dois primeiros sets. Na Olimpíada, tem pressão sempre. Só não joga com pressão quem não tem expectativa. Sabemos que temos que fazer as coisas bem e queremos ganhar", afirmou.
No duelo, o Brasil cometeu 32 erros e encaixou apenas quatro bloqueios, o que foi crucial na derrota, já que a Itália teve 13 pontos no quesito. Agora, a seleção de Bernardinho vai buscar a reabilitação diante da Polônia, líder do ranking mundial, na quarta-feira, às 4h (horário de Brasília). A primeira fase será finalizada frente ao Egito, na sexta, às 8h.