O nível de atividade e o número de empregados da indústria da construção apresentaram estabilidade em julho, segundo a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta terça-feira, 20, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar disso, destaca a entidade, o resultado pode ser considerado positivo porque os dois indicadores ficaram acima do esperado para o mês de julho.
"Tanto para o nível de atividade, quanto para o número de empregados, o desempenho pode ser considerado positivo, visto que o usual para o período é que ocorram quedas do nível de atividade e do número de empregados", explica a economista da CNI, Paula Verlangeiro.
O nível de atividade saiu de 49,9 pontos para 50,1 pontos. Assim, o índice passou a linha divisória dos 50 pontos, e interrompeu uma sequência de 20 meses registrando valores abaixo dessa linha. O índice de número de empregados passou de 48,8 pontos para 49,8 pontos. Na pesquisa, os valores variam de zero a 100, sendo que números acima de 50 pontos indicam desempenho positivo.
Em julho, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) do setor caiu um ponto porcentual em relação a junho, atingindo 67%. Assim, a UCO apresentou resultado abaixo do registrado em julho do ano passado e julho de 2022, quando o índice ficou em 68%.
Confiança
A Sondagem mostra que o Índice de Confiança do Empresário da Indústria (Icei) da Construção apresentou queda de 0,5 ponto em agosto, passando para 51,3 pontos. "Ao se aproximar da linha divisória de 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança, o indicador revela que os empresários seguem confiantes, mas a confiança está menos intensa e disseminada em relação a julho", destaca a pesquisa.
Segundo o levantamento, o recuo do Icei da Construção está relacionado principalmente à piora das expectativas, já que a avaliação das condições correntes melhorou. O índice que mede a percepção dos empresários sobre as condições atuais da economia brasileira e da empresa subiu 1,9 ponto em agosto, para 47,4 pontos. Apesar do aumento, o indicador está abaixo dos 50 pontos, o que mostra falta de confiança.
O Índice de Expectativas, que mede as perspectivas dos empresários com relação à própria empresa e a economia brasileira, teve uma queda de 1,7 ponto de julho para agosto. Apesar do recuo, o índice ainda está acima da linha divisória dos 50 pontos, o que indica que as perspectivas são favoráveis, "ainda que menos otimistas e disseminadas.
A Sondagem mostrou que, em agosto, os empresários da construção seguem com expectativas positivas para todos os indicadores analisados. Mas, em relação ao mês anterior, esse otimismo se apresenta de forma menos intensa e disseminada, com queda do indicador para o nível de atividade, para novos empreendimentos e serviços e para a compra de insumos e matérias-primas. Com relação ao número de empregados, a expectativa não teve mudança no mês.
Com relação à intenção de investir, a Sondagem mostrou queda de 1,9 ponto no mês de agosto, com o indicador passando de 46,6 pontos para 44,7 pontos.
A pesquisa foi feita entre os dias 1º e 9 de agosto, com 318 empresas, sendo 123 pequenas, 125 médias e 70 grandes.