Pelo menos seis pessoas morreram depois que homens armados abriram fogo em Bamiyan, cidade no centro do Afeganistão na sexta-feira, 17, de acordo com autoridades do Taleban e da Espanha, que identificaram as vítimas como três turistas espanhóis e três afegãos.
Sete suspeitos foram presos em Bamiyan, que é uma importante área turística, e uma investigação está em andamento, disse Abdul Mateen Qani, porta-voz do ministro do Interior, neste sábado, 18. Ele disse que outras sete pessoas ficaram feridas.
Qani afirmou que os estrangeiros eram turistas, mas não revelou a nacionalidade das vítimas. Pouco depois, as autoridades espanholas anunciaram que três dos seus cidadãos foram mortos pelo ataque e um quarto ficou ferido.
As autoridades haviam dito anteriormente que quatro pessoas morreram. Ninguém assumiu imediatamente a responsabilidade pelo ataque de sexta-feira à noite.
"O ministério está trabalhando, através da Unidade de Emergência Consular, para esclarecer as circunstâncias, assistir aos afetados em tudo o que necessitarem e contactar os seus familiares", explicaram fontes do ministério das Relações Exteriores da Espanha.
O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, disse estar "comovido com a notícia do assassinato de turistas espanhóis no Afeganistão". "Estou acompanhando pontualmente a situação", escreveu na rede social X, enviando o seu "carinho" aos "familiares e amigos" das vítimas.
As autoridades espanholas confirmaram informações preliminares fornecidas por fontes hospitalares afegãs sobre a nacionalidade das vítimas. Segundo estas fontes, os outros turistas feridos seriam da Noruega, Austrália e Lituânia.
Um morador local, que não quis se identificar, disse ter ouvido "o som de sucessivos tiros e que as ruas da cidade que levavam ao local foram imediatamente bloqueadas pelas forças de segurança".
Bamiyan, lar de duas estátuas monumentais de Buda destruídas em 2001 pelos talebans, é o principal destino turístico do Afeganistão.
Turismo em aumento
O governo taleban "condena veementemente este crime, expressa os seus profundos sentimentos às famílias das vítimas e garante que todos os criminosos serão encontrados e punidos", afirmou o porta-voz do ministério do Interior afegão em um comunicado.
O turismo no Afeganistão aumentou nos últimos anos, à medida que a segurança melhorou desde que o grupo pôs fim à sua insurgência, depois de derrubar o governo apoiado pelos Estados Unidos.
Segundo dados oficiais, o número de turistas estrangeiros aumentou 120% em termos anuais, para quase 5,2 mil no ano passado. A região de Bamiyan é habitada principalmente por membros da comunidade xiita Hazara.
Esta minoria religiosa, historicamente perseguida, tem sido repetidamente alvo do grupo Estado Islâmico (EI), que a considera herege.
(Com agências internacionais)