O deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) já tinha a intenção de encontrar a jornalista Vera Magalhães no debate da TV Cultura ocorrido nesta terça-feira, 13. Antes de comparecer ao evento, o parlamentar publicou uma imagem no Twitter questionando: "Será que a Vera Magalhães vem hoje?". Ele abordou a jornalista após o debate e a hostilizou dizendo que ela é uma "vergonha para o jornalismo brasileiro".
Alguns apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentam emplacar a alegação falsa de que a profissional recebe "meio milhão de reais por ano" do governo de São Paulo e que, por ter sido contratada na gestão de João Doria (PSDB), ela seria crítica ao chefe do Executivo por motivações políticas. O contrato de Vera Magalhães já foi compartilhado por ela mesma nas redes sociais e escrutinado por agências de checagem. Ela ganha em torno de R$ 200 mil por ano e é contratada pela Fundação Padre Anchieta, que gere a TV Cultura. Os recursos da instituição têm origem na Lei Orçamentária Anual (LOA), que é aprovada pelos deputados da Assembleia Legislativa.
Na manhã desta quarta-feira 14, Douglas Garcia disse ter registrado boletim de ocorrência contra Vera por calúnia e difamação por ela ter usado o termo "agressão" para se referir à abordagem. Ele argumenta que foi "questioná-la". A jornalista também afirmou que vai registrar queixa contra o parlamentar.
Vera Magalhães virou alvo de bolsonaristas após o presidente Jair Bolsonaro (PL) hostilizá-la no debate presidencial da Band TV, no dia 28 de agosto. Foi o chefe do Executivo quem primeiro a atacou com a frase "você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro", repetida por Douglas Garcia.