Zakia Khudadadi seria a primeira mulher a defender o país na Paralímpiada (IPC)
A crise política e diplomática causada pelo avanço do Taleban no Afeganistão começa a ficar evidente também no esporte. Devido à grave situação do país, a delegação afegã não poderá participar nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, que começam no próximo dia 24.
A ausência do Afeganistão no evento foi confirmada nesta segunda-feira pelo porta-voz do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), Craig Spence. Os atletas estão impedidos de viajar por causa do fechamento dos aeroportos.
Apenas dois atletas estavam na delegação afegã, ambos do tae kwon do. Zakia Khudadadi, de 23 anos, seria a primeira mulher a representar o Afeganistão nos Jogos Paralímpicos. Contudo, os talebans são contrários a que as mulheres frequentem a escola, trabalhem ou pratiquem esporte.
O IPC não comentou sobre uma possível ajuda aos atletas paralímpicos afegãos. "Esperamos que a equipe e sua comissão técnica estejam seguros durante este período difícil", declarou Spence.
A ofensiva do grupo fundamentalista islâmico segue crescendo no país. Após conseguir tomar o controle de importantes cidades do Afeganistão, o Taleban avançou e se apoderou da capital Cabul, fazendo com que o presidente Ashraf Ghani abandonasse o país.
O exército dos Estados Unidos, que tentava proteger o principal aeroporto para que milhares de cidadãos estrangeiros e afegãos consigam deixar o país, bateu em retirada neste domingo.