Os advogados de Silvio Berlusconi pediram nesta segunda-feira (3) a absolvição do magnata das comunicações e ex-primeiro-ministro italiano, acusado pela justiça de seu país de abuso de poder e prostituição de menor de idade no chamado caso Ruby.
A promotoria de Milão pediu há três semanas uma condenação a seis anos de prisão e a perda dos direitos políticos de Berlusconi por toda a vida.
Para o advogado do empresário e líder da direita italiana, Niccolò Ghedini, Berlusconi "não cometeu nenhum crime" e deve ser absolvido.
Ghedini afirmou que Berlusconi atuou junto à polícia para ajudar a jovem marroquina Ruby por razões "humanitárias" e não cometeu nenhum delito contra a administração pública.
Berlusconi, de 76 anos, está sendo julgado desde abril de 2011 em Milão por prostituição de menores e abuso de poder.
O ex-chefe de Governo foi acusado de pagar em 10 ocasiões a Ruby, então ainda menor de idade, em troca de serviços sexuais e de ter pressionado a polícia para libertar a jovem após sua detenção, em maio de 2010, por furto.
A promotora Ilda Bocassini, chamada de La Rossa (a ruiva) por sua reputação de implacável durante as investigações contra a máfia, denunciou em uma longa audiência de quatro horas "o sistema de prostituição montado para satisfazer sexualmente Silvio Berlusconi".
Segundo Bocassini, a jovem marroquina Karima el Mahrug, conhecida como Ruby, no centro do julgamento contra o ex-chefe de Governo, participou ainda menor de idade das festas do magnata, conhecidas como "bunga-bunga", organizadas em suas residências privadas.
Na alegação final, o advogado Ghedini acusou os juízes de preconceito contra Berlusconi e denunciou a "proximidade cultural" com a promotora Boccasini.
Segundo os advogados, os jantares com jovens e prostitutas de luxo na mansão milanesa de Berlusconi eram reuniões "elegantes e normais".
A jovem, que fugiu de um centro de menores e contratada para as festas privadas do político bilionário, conseguiu desestabilizar há dois anos o governo de direita presidido pelo político italiano.
Os defensores do magnata afirmam que Berlusconi atuou contra a prisão da jovem porque acreditava que ela era sobrinha do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, o que podia ser confirmado pelos ex-ministros Franco Frattini e Giancarlo Galán, segundo os advogados.