Red Bull e Ponte Preta vão se enfrentar hoje pela quarta vez. De longe, será o mais importante e tenso confronto do clássico, sempre marcado pelo bom relacionamento entre os dois clubes, parceiros comerciais no que se refere ao aluguel do Moisés Lucarelli. Mas uma série de fatores transforma o encontro de hoje no Majestoso em um jogo de alto risco. O primeiro aspecto é técnico. Os 22 jogadores entrarão em campo pressionados por campanhas que estão abaixo das expectativas. A duas rodadas do final da primeira fase, Macaca e Toro estão na terceira colocação de seus grupos, com três pontos e duas vitórias a menos do que São Caetano e Botafogo, respectivamente. Por coincidência, os dois também se enfrentam hoje, às 19h15. Se der Azulão, a Ponte entrará em campo já sabendo que só vai se classificar se conseguir ultrapassar o líder São Paulo, desde que esse não vença o clássico com o Palmeiras, a partir das 20h30. Se der Botafogo, o Red Bull entrará em campo já eliminado no Grupo D, o que seria péssimo para o clube que iniciou o ano em busca de uma vaga na Série D de 2019. A dificuldade para chegar às quartas de final é apenas uma das preocupações. A permanência na divisão também será uma preocupação da Ponte Preta na última rodada, caso não seja capaz de voltar a vencer hoje. É uma situação inimaginável para quem disputou a final de 2017 com o Corinthians. Como se tudo isso já não fosse o suficiente para criar uma atmosfera de muita tensão, está em vigor a determinação do Ministério Público para que a Ponte Preta não tenha torcida nas partidas em que atua como visitante. O Red Bull sempre foi cordial nessa questão. Em 2016, quando “recebeu” a Ponte no Majestoso, abriu mão de usar o vestiário principal e permitiu que a torcida da Macaca ficasse em seu lugar de costume. A intenção era repetir o procedimento hoje, mas a ordem judicial impede a presença da torcida “visitante”. Por motivos óbvios e inúmeros, o torcedor pontepretano está chateado com o time. O final de 2017 foi desastroso e 2018 com um futebol muito pobre, além de uma leva de processos trabalhistas. É um cenário muito diferente do que se viu no Majestoso nos últimos quatro ou cinco anos. Muitos querem ajudar o time a sair dessa situação. Outros querem manifestar a compreensível insatisfação. Mas nenhum grupo pode comparecer ao estádio hoje. A situação é surreal, mas o pontepretano que realmente se preocupa com o clube não deve ir ao jogo. Desacatar uma ordem judicial pode gerar novas punições, com consequências imprevisíveis.